Queira a vida um dia...
Vir descortinar-se completa em mim
Sussurrando ao meu ouvido enfim
Pra quê tantas lágrimas, tanta alegria
Quisera eu poder entender...
Como é possível tamanha beleza?
Pois mesmo na mais dura tristeza
Ela sempre insiste em florescer
Quisera eu poder explicar...
Como pode um povo tão pobre
Que sofre o destino mais nobre
De viver esquecido no frio da pobreza
Fazer do riso sua mais franca riqueza
Não deixando jamais a esperança acabar
Quisera eu poder encontrar...
Um bom motivo para toda injustiça
Não sentir ódio, inveja ou cobiça
Navegar além de toda crueldade
E num mar de singela tranqüilidade
Ver tudo que é mentira naufragar
Quisera eu poder mostrar...
O quão belo e incerto é o futuro adiante
Tornar a felicidade próxima, nunca distante
Mostrando a todos essa dura realidade
De existir, na vida, a definitiva verdade
Ela, a vida, um dia há de acabar
[e temos pouco tempo a perder]
Por fim, quisera eu um dia...
... ver o amor em mim nascer
E permitir-me em teus braços
Desatar tuas fitas, desfazer teus laços
Consumar toda minha poesia
Deixar essa eterna saudade...
... finalmente morrer.
Guilherme Johnston
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