quinta-feira, 24 de março de 2011

De tudo um pouco

De você sei de tudo um pouco
Já te vi como mar sereno e calmo
Já me vi como vento imprevisível, louco

De você conheci o partir e o voltar
Descobri nossas lágrimas e sorrisos
Busquei decisão no que era indeciso
Vivi a contradição entre o querer ir
[E o querer ficar...]

De você senti o presente e o ausente
Já fomos partida, já fomos chegada
Desvendamos o alívio e a dor da pessoa amada
Nessa confusão de quem hora ama, hora não ama
[Mas inexplicavelmente, sente...]

De você guardei a lembrança
E como nós dói mantê-la calada
De asas presas ela se debate, desconsolada
Pois ainda quer fazer voar a esperança

De você eu sei, e também não sei
Mas hoje em dia é tão difícil o saber
Sei que há algo em mim que, quando a vê,
[Teima em enternecer...]

...Isso é tudo que sempre saberei.

Guilherme Johnston

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ai de quem...

Ai de quem não gosta do próprio umbigo
Não faz do consigo um acolhedor abrigo
Não guarda em si o mais querido amigo
E na solidão só enxerga tristeza e perigo

Ai de quem teme o chorar e evita o doer
Não busca o voar e só pensa em descer
Vivendo a poupar e proteger um solitário coração
Que se faz eterno ouvinte [mas jamais linda canção]

Ai de quem passa pela vida ileso
Não sente dela seu completo peso
Pobre de quem nunca se atreve
Sem saber como ela pode [E DEVE!] ser leve

Ai de quem do espinho tem pavor
E sequer aproximou-se da rosa do amor
Triste esse caminho de quem não sofreu
Se era bom ou ruim [não importa] sequer aconteceu

Guilherme Johnston