quarta-feira, 5 de maio de 2010

Procura-se...

Por esse abismo tão irresistível
Onde sopra um vento de força incrível
Que muitos tentam entender como ilusão
Mas que, todos sabem, chama-se paixão

Por essa ansiedade tão temida, tão evitada
Que é sempre bem-vinda em sua chegada
E não importa o quanto ela complique a vida
Melhor tê-la por perto do que fazê-la partida

Pelo sofrimento de não mais estar só
E sentir na garganta esse indesatável, imenso nó
A nos apertar os olhos em lágrimas de felicidade
Deslizando pelo rosto num misto de alegria e saudade

Pela sorte de desejar mais e mais a pessoa amada
E fazer da noite no leito, juntos, uma irresistível jornada
Ofuscar as estrelas sendo fogo a queimar de verdade
No calor de um abraço apaziguar essa intensa vontade

Pelo azar de apaixonar-se perdidamente
E fazer tudo errado, de modo inconseqüente
Dizer palavras que jamais deveriam ser usadas em vão
Enfim entender, aliviado, para quê foi inventado o perdão

Pela magia de ver o tempo parar
A cada vez que dois lábios decidem se tocar
Para, quando separados, ver o relógio girar vagarosamente
Até que ambos tenham a chance de se beijar novamente

Por essa gigantesca e linda tristeza
De ver naufragar tudo que é absoluta certeza
Embarcar numa nau de destino obscuro, incerto
Querendo apenas estar sempre junto, sempre perto

Por esse amor eterno, verdadeiro
Que muitos dizem ser um sonho, algo inventado
Mas todos sabem, pudesse ser facilmente encontrado
Seriam dele de todas as maneiras possíveis...

...Seriam dele por inteiro.

Guilherme Johnston

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