sexta-feira, 30 de abril de 2010

Esse quê...

Há um quê em mim...

Que chora feliz
E sorri tristemente
De sofrimento e alegria
Solidão e paixão

Há um quê em mim...

Que é de dor e alívio
Uma incerta apatia
Da mais franca alegria
De um infinito pesar

Há um quê em mim...

Que é puro desejo
Uma sina que almejo
Essa intensa agonia
De sofrer e amar

Há um quê em mim...

Que é sempre ausente, vazio
Esse não-ser insistente, arredio
Me empurrando sempre adiante
Em busca de um sonho distante

Há um quê em mim...

Que vive a certeza do dia
E morre na dúvida da noite
Procurando mistério e magia
Encontrando silêncio e açoite

Há um quê em mim...

E não sei explicá-lo direito
Que aperta-me forte o peito
Toda vez que a vejo passar

E ela sorrindo não vê
[a verdade]
Essa coisa me consumindo
Uma imensa saudade...

[...sei lá eu do quê]

Guilherme Johnston

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